quarta-feira, 4 de maio de 2011

AMEAÇA DE INFLAÇÃO ANIMA OPOSIÇÃO DEMO-TUCANA

Sem discurso para enfrentar o sucesso do governo petista de Lula da Silva, a oposição demo-tucana vê na ameaça da escalada inflacionária o tema ideal para embasar suas críticas à recém-iniciada administração da presidenta Dilma Rousseff, apoiada por uma ampla coligação partidária.
A senha foi dada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado no final da semana pelo Estadão – sempre eles. E encorpada por críticas do senador Aécio Neves no evento comemorativo ao Dia do Trabalho organizado pela Força Sindical.
No artigo Fernando Henrique cita novamente o contingente que ascendeu à classe média no Governo Lula como foco da oposição. “Há espaço para as oposições firmarem o pé neste novo Brasil. Ele está entre os setores médios que têm independência o que há de velho nas bases do governo... Além da eventual tibieza no controle da inflação”.
Criticou o velho, mas reconheceu um ‘novo Brasil’. Aécio Neves, que se aliou a Geraldo Alckmin na tentativa de desconstruir a liderança de José Serra, jogou para a galera em seu discurso na Festa do Trabalhador da Força Sindical ao apontar que a primeira vítima da inflação é a classe trabalhadora brasileira. “Venho aqui como companheiro da oposição para dizer que vamos estar firmes denunciando a omissão do governo em relação à inflação”, continuou.
Mas a ducha fria acaba de chegar. Pesquisa divulgada agorinha (11h15 de quarta) pelo Dieese, aponta que o custo da cesta básica teve queda em 14 das 17 capitais pesquisadas. A jornada de trabalho necessária para a aquisição da cesta total foi, em abril, de 94 horas e 41 minutos, menos que no mês anterior, que era de 96 horas e 13 minutos, ambas menores que a de abril de 2010, quando foi de 98 horas e 44 minutos.
Resolução política do Diretório Nacional do PT baixada semana passada, defende que “o combate à inflação não implica sacrificar as políticas de desenvolvimento social, que requerem um crescimento médio do PIB entre 4% e 4,5%”.
Para a presidenta Dilma Rousseff, “é sempre melhor enfrentar os problemas do crescimento do que os do desemprego, da falta de investimento, da falta de renda e da depressão econômica”. Ela proferiu essa frase no primeiro encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de sua gestão. Ainda segundo a presidenta, esse ‘bom problema’ está sendo enfrentado pelo Governo com todas as armas disponíveis e necessárias, porém, sem sufocar o crescimento e nem alimentar o desemprego, como muitos torcem e querem.

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