sexta-feira, 3 de setembro de 2010

AUDITORIA DO TCE MOSTRA QUE ESTRADAS RECUPERADAS PELO PRÓ-VICINAIS DURAM UM TERÇO DO TEMPO PREVISTO

Sempre que tem uma oportunidade, o candidato presidencial demo-tucano José Serra ataca a política do Governo Federal para as estradas e defende as privatizações do Governo Estadual como modelo de concessões rodoviárias para o país.
Inclusive com preço superfaturados para os pedágios. Mas auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) mostra que a reforma das estradas feita pelos programas de revitalização de rodovias estaduais e de recuperação das vicinais Pró-Vicinais não dura nem um ano. Na propaganda, era para durar dez anos.
O TCE encontrou defeitos em 70% das 67 estradas vistoriadas, a maioria vicinais. A auditoria mostrou buracos, trincas, ondulações e outros problemas em vias após 12 meses de reforma.
Foi assim com a vicinal de acesso à cidade de Coronel Macedo e com a vicinal que interliga a cidade de Riversul ao bairro Padilhas. Por força do DER, o acesso a Coronel Macedo foi consertado.
Essa providência está sendo cobrada pelo TCE em outras estradas. Uma das obras citada fica em Quadra, município situado à beira da Rodovia Castelo Branco, na região de Tatuí – Itapetininga.
Um serviço entregue em outubro de 2008 ao custo aproximado de R$ 6,34 milhões. Seis meses depois da ‘recuperação’ dos 22 km da vicinal, o pavimento começou a soltar, os buracos se abriram e as ondulações tomavam conta da pista.
O Departamento de Estradas de Rodagem exigiu que vários pontos fossem refeitos, mas não adiantou. E os buracos estão aumentando. Segundo dados divulgados pelo TCE cerca de 70% das vias vistoriadas apresentaram ao menos um tipo de defeito após um ano da conclusão definitiva da reforma.
A maioria, dois terços das 67 obras vistoriadas, são estradas recuperadas pelo programa Pró-Vicinais, grande bandeira do Governo Serra. Obras realizadas com empréstimos internacionais e parte da arrecadação dos pedágios que cabe ao governo.
Falta de estudos, erros de projetos, avaliação incorreta do tipo de tráfego, má execução da obra, utilização de materiais ruins e falta de reforço do pavimento e de sistema de drenagem são alguns fatores citados pelo TCE ao justificar a pouca durabilidade das reformas, além de falhas de manutenção e de fiscalização.
Na resposta às indagações do TCE, o DER informou que a “auditoria revela problemas que já se somavam nas preocupações da autarquia [...], a ponto de decidir constituir comissão interna para análise caso a caso”. E completou dizendo que estava “ciente de que nessas obras com problemas houve dispêndios contratuais” e que “passou a congregar as empresas construtoras e supervisoras para repararem os locais afetados”.

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